Sobre o Ícone do Senhor das Santas Chagas (Padre Reginaldo Manzotti).
Filhos e filhas,
Filhos e filhas,
Na tarde do último domingo, dia 28 de fevereiro, tive a graça de partilhar a imagem oficial para devoção pública e pessoal das Santas Chagas de Jesus.
Tudo começou nas 24 horas em Oração do ano passado quando foi pedido a Deus: “dai-nos uma devoção fruto do Teu Coração”. E foi quando nos veio a Devoção das Santas Chagas de Jesus. Primeiro veio ícone, que está no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR), abrindo a porta capela do Santíssimo Sacramento.
Sobre o Ícone do Senhor das Santas Chagas assim se expressou o Teólogo e artista Paulo Biscaia: “a iconografia cristã tem por objetivo principal retratar o mistério de Cristo, da Igreja, dos Santos. As cores e gestos retratados nas figuras cristãs colaboram para a apresentação do mistério de Deus entre os homens”.
No ícone retratado, as cores pelas quais as vestes são representadas seguem o perfil adotado pela escola iconográfica do Mosteiro da Ressurreição em Ponta Grossa, que possui grande referência na pessoa de D. Ruberval Monteiro – OSB, cujas obras encontram-se espalhadas ao longo do território nacional, e também no exterior, sobretudo na Itália.
O azul ao mesmo tempo que é a cor do cosmos, do criado, é a cor do Criador, símbolo Dele. O vermelho apresenta a realidade do sangue e da paixão, do humano que é sacrificado, do martírio. Também a cor da realeza e do poder. Assim, fica entendido que tanto no azul como no vermelho aparecem os símbolos da humanidade e da divindade.
No dourado ou ouro, as tradições do oriente, bizantina e russa, atribuem a iluminação e o esplendor da eternidade. Amarelo e ouro assumem no conjunto iconográfico a iluminação da Luz de Deus.
As chagas não estão sangrando, e de fato são como um furo, de prego. As Santas Chagas de Jesus dolorosas e gloriosas são presentes, mas não estão sangrando mais.
O rosto de Jesus tem um olhar firme, não é de um adolescente nem de um ancião, é de um homem de 33 anos que não tem sorriso e nem tristeza, tem afirmação, profundidade.
Os pés estão calçados com sandálias, ressaltando a importância da missão: Ide e evangelizai a todos os povos. Estar a serviço!
Com uma mão ele lembra, sou Deus uno e trino, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas na outra mão um envio, porque evangelizar é preciso.
Existem alguns elementos importantíssimos que não se deve perder ou mudar:
A cruz, onde Jesus foi capaz de chegar, por amor. Esse elemento deve nos lembrar de onde Ele esteve e que nós também somos chamados a carregar a nossa cruz.
O resplendor porque aquele que perseverar até o fim será salvo em Cristo Jesus.
A pedra do sepulcro não é mais empecilho para Cristo, ela está atrás dele, menor que ele, sendo apenas memória, pois a pedra rolou e o sepulcro vazio, Ele deixou. E assim como Ele rolou a pedra do sepulcro, Ele vai rolar as pedras do nosso caminho.
Jesus está pisando de uma tampa mortuária, como que se estivesse dizendo: eu venci a morte!
Assim, a iconografia em seus símbolos abre as portas à catequese, à promessa eterna e ilimitada de um Deus que sendo eterno entra no tempo dos homens.
Por fim, O Senhor das Santas Chagas nos ensina que por meio de suas chagas somos curados, somos evangelizados, somos evangelizadores. Nos ensina que quando tocamos seu lado podemos abandonar a incredulidade. Ensina ainda que ao tocar suas chagas podemos experimentar a alegria da Ressurreição.
Das chagas divinas emana a força da Igreja que segue e acredita que Evangelizar é preciso.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Nenhum comentário:
Postar um comentário